Não alimente o troll.

domingo, 1 de maio de 2011

troll‑web.jpg




Já comentamos nesse blog que mais que somente dar acesso ao computador, a inclusão digital deve instruir os estreantes do mundo virtual, para que esse espaço possa vir a ser mais bem utilizado e explorado – tanto com as ferramentas que ele disponibiliza, como com a segurança daqueles que usufruem desse espaço.


Para exemplificar essa idéia resolvi demonstrar de forma prática uma maneira de interagir com alguns blogs criados para atender as disciplinas de Ação Cultural juntamente com Editoração Eletrônica, ministradas pelas professoras Andrea Corrêa e Tânia Callegaro da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo.

A partir das postagens semanais produzidas por esses blogs, passei a comentar como anônimo, dando pequenas “cutucadas” relativas ao assunto abordado por cada blog.


Pude perceber as diferentes maneiras como os moderadores aceitaram as minhas “críticas”, alguns administradores passaram a moderar os comentários, sendo que as opiniões expressas neles deveriam passar antes por uma aprovação para que pudessem ser publicados, tirando totalmente minha liberdade de idéias.

Em determinado momento recebi um pedido de identificação, e me identifiquei como T. de Troll , seguindo esse pensamento tentava sistematicamente desestabilizar uma discussão, e provocar as pessoas envolvidas nelas.

Devido à repercussão gerada por esses comentários, entrei em contato com as diferentes opiniões compartilhadas pelas pessoas envolvidas, algumas iradas com os meus comentários, outras criam que eu me contradizia, e algumas diziam que era simplesmente alguém com uma brincadeira de mau gosto.

Percebendo esses comportamentos, me questionei também com relação aos profissionais da informação, que seremos assim que formados. Será que estamos realmente preparados para sofrer críticas, sejam elas com ou sem fundamentos? Não teríamos que saber lidar com as diferentes opiniões?

Infelizmente não foi o que percebi, apesar disso, acreditei em um comportamento natural desenvolvido por aquele que se sente ameaçado ou contrariado, tanto no campo da idéia quanto fisicamente, a resistência ao desapontamento e a capacidade para enfrentar os obstáculos são competências essenciais ao nosso bem-estar emocional e isso ultrapassa, em larga medida, as questões associadas à realização profissional.

A atitude que comecei acabou gerando uma interação interessante nesses blogs, sendo que até então, poucas pessoas, e em blogs isolados, participavam das discussões colocadas em pauta.
Deixei de opinar em vários outros blogs, alguns definitivamente não davam espaço em seus textos para a minha intervenção, outros eram muito acadêmicos – indo totalmente contra a idéia de blog – outros eram simplesmente ruins mesmo.

Dentro dessa experiência caberia uma análise muito mais aprofundada, impossível de ser abordada aqui, cheguei a comentar nosso próprio blog trazendo críticas reais para que a minha personagem se tornasse ainda mais real.

Simplesmente tentei sair do comum e não somente concordar, tentando com os meus argumentos atentar as pessoas a aquilo que estávamos discutindo, além de demonstrar que no ambiente digital existem várias formas e possibilidades de interação, que o digam hackers e crackers.

Podem ficar a vontade para comentar!  ;)

Renato Galdino

21 comentários:

Wellington Garcia disse...

Não acredito, vc é que era o chato do Anônimo??? Po favo hein....rsrsrsrs. Show de bola!!!

RGaldi disse...

Nós somos pessoas criativas né...hararara

Marta Regina disse...

Muito legal a sua percepção Renato,eu gostei muito dos comentários do "Anônimo", T., é legal trazermos vários olhares sobre o contexto em que vivemos.

Tenho consciência de que não devemos ser profissionais rígidos e inflexíveis, senão iremos ser mais um profissional pré-moldado, com muitos pré-conceitos.

Além do mais, lidar com a demanda de informação também é respeitar a diversidade. E, ter vários pontos de vista sobre um mesmo objeto traz riqueza e estimula o pensamento sistêmico e por que não dizer científico.

Parabéns pela iniciativa!

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk!!!

Renato Galdino disse...

Valeu Marta, compartilho com você a opinião de que não devemos ser profissionais rígidos e inflexíveis, valeu pelo comentário, e espero que você também não tenha ficado "brava" com os meus comentários... :)

Renato Galdino disse...

Dayane Lennon, achou graça porque moderou seu blog né...harararara

Eva Nicacio Moraes disse...

Ah! prefiro o anônimo!
Era mais divertido.

Renato Galdino disse...

Divertido mas dava muito trabalho!

Anônimo disse...

Eu moderei o blog, mas todas as suas postagens como anônimo estão lá.

Valéria Rodrigues*Lela disse...

Pois é Renato, muito bem "bolado" seu Anônimo.
Não gostei nem um pouco, mas tenho MUITO a aprender com vocês.
Costumo levar as coisas a sério e nesse caso não era TÃO sério, ou melhor, na verdade, como vc disse: Temos que aprender a lidar com as diversidades!
Acredito que chego lá! (Na verdade não sei quando, mas... um dia atrás do outro!)
E... vamo que vamo!!!
Parabéns pela sua criatividade!

RGaldi disse...

Valéria,

Todos aprendemos dia após dia, tanto com as opiniões contrárias quanto com as diversidades. Perfeito ninguém é. E baseado nesse pensamento me sinto a vontade para por em prática minhas idéias...

Valeu pelo comentário...

Carolina disse...

O ápice da criatividade!
Fiquei "brava" quando descobri que o anônimo era o senhor Renato! Mas agradeço pela oportunidade de podermos debater sobre o conteúdo dos nossos blogs.

Quanto as “cutucadas”, você fez bem o seu papel de anônimo, ignorando o conhecimento que tinha sobre os blogs e o seu real propósito, gerando uma “senhora” discussão que foi além do mundo virtual indo parar na sala de aula.

E durante a aula de Ação Cultura pudemos nos expressar abertamente sobre o que achávamos dessa figura provocadora e o que ela poderia nos agregar com esses comentários que algumas vezes soava como uma brincadeira de mal gosto e outras como alguém com um ponto de vista intrigante.

Assumo que sou péssima em argumentação, mas tenho facilidade de receber críticas. Acredito que o que está sendo tratado neste post vale para qualquer profissão, cabe a cada um aprender a receber críticas, mesmo negativa a crítica pode ser construtiva. E saber (ou aprender) a argumentar de maneira saudável sem ferir a opinião do outro. Como bem disse a Marta: “..lidar com a demanda de informação também é respeitar a diversidade”.

Um ponto que deveria ter sido melhor explorado foi a abordagem inicial, no caso do meu blog (Consulado Nordestino), a discussão se iniciou de uma maneira trivial e conforme a resposta de outros seguidores e/ou das autoras do blog foi se desenvolvendo para algo mais sério e substancial, o que na minha opinião deveria ter sido feito desde o início. Sem contar o fato que poucos comentários se referiam ao post em questão, que na minha opinião daria uma discussão bem mais interessante e rica.

Parabéns!

Anônimo disse...

Olá Anônimo,

Acredito que seria mais divertido se já estivéssemos no final.
Valeu a pena as discussões, você tem um jeito especial de escrever e despertar no outro a competitividade de idéias e ideais.
Eu sabia desde o início que era você, mas interpretou muito bem quando fez teatro de ofendido.
Você é de ++!

Abraços

Gildete

Renato Galdino disse...

Valeu Carol,

Agradeço, e respondendo, a abordagem das discussões dependiam muito das respostas dadas por vocês - administradoras do blog - nesse caso eu somente respondia segundo vocês rebatiam - baseado na idéia de troll. No início meu comentário se referia ao post, mas devido as respostas, permaneceu a linha do debate fugindo um pouco da idéia inicial...
Quanto as minhas cutucadas, creio que devemos sempre buscar questionamentos, isso faz com que cresçamos como indivíduos, o exercício da reflexão está ligada ao processo cognitivo, feita com moderação e nos momentos certos acaba se tornando uma prática normal.

Valeu pelo comentário ;)

Renato Galdino disse...

Valeu Gildete,

As aulas de teatro que fiz me ajudaram muito, achei que ia apanhar , acabei saindo no lucro =]
A provocação faz com que acordemos, as vezes de um sono bem profundo...

Obrigado pelo comentário =]³

Milton R. Moraes disse...

O termo troll, me fez lembrar um outro termo usado por Fernando Henrique Cardoso, que tem a quase a mesma fonética e provoca a mesma repercussão.
O termo é Trololó.

Obrigado pela lembrança Renato.

RGaldi disse...

É como o termo biodiverso, quando ouço sempre lembro de você Milton, e do thesauro da USP também... =]

Denis Maimoni (Bibliotecário Sustentável) disse...

Caro anônimo,não é por que o senhor se revelou de fato ser o Renato! Que seja necessário parar de questionar os blogs?
Muito válido e interessante a repercussão quando alguém, mesmo que seja conhecida post como anônimo, ficamos furiosos por não se revelar! Isso acontece na mídia também e outros veículos de comunicação!
Por isso Bibliotecários veja muito bem a qual Troll alimenta pois ele porde estar muito próximo, próximo mesmo!

Valeu Trololó, Valeu Renato, Valeu Wellington 1 show o Blog de vocês!

RGaldi disse...

Valeu Denis,

Infelizmente essa minha idéia tinha data para acabar, assim como os blogs, alguns continuarão, mas creio que a grande maioria não. Questionamentos sempre são interessantes de serem colocados, pena que dava muito trabalho percorrer blog por blog, tentando achar um espaço para interagir...mas vou tentar seguir o seu conselho. Com relação a mídia e aos outros meios de comunicação você tem toda razão, uma das minhas intenções como mostrado no post, foi exatamente essa, mostrar as diferentes formas de interagir - nesse caso no ambiente digital.

Um abraço, e valeu pelo comentário!

Anônimo disse...

parabéns, Renato, deu uma tacada certeira. Deu uma aula sobre a relação mundo virtual e real, e expôs o modo como cada um de nós lida com as críticas. Foi fundo. Gostaria de saber, você planejou ou agiu mais com a intuição de artista do teatro? Taniac

Renato Galdino disse...

As duas coisas Tania, resolvi comentar vários blogs como anônimo dando uma leve "espetada" e questionando não somente os textos, mas também aquilo que estávamos fazendo nos blogs. Devido a repercussão gerada, resolvi fazer disso um exemplo de utilização no mundo virtual, "linkando" com nosso tema - inclusão digital.
Creio que o resultado foi interessante...não fosse o enorme trabalho, teria continuado. =]

Postar um comentário